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Purificação interna




A preocupação com o corpo e com a sua limpeza nem sempre teve os padrões dos dias de hoje, não é preciso ser um grande conhecedor de História para saber que, por exemplo, na Idade Média a higiene, na maioria dos casos, era quase nula, daí as pandemias que por essa altura assolaram a Europa. Não apenas na idade das trevas, mas quase em toda a história do homem a limpeza foi um aspeto relegado para segundo plano. Veja-se por exemplo os Hunos, comandados pelo famoso Átila que, segundo os romanos, sempre que deitavam as mãos a uma túnica do inimigo vestiam-na para não mais a tirar, até que ela se desfizesse em pedaços.


Contudo, povos e civilizações houve que desde sempre se importaram com a limpeza, não só externa, mas sobretudo interna, e a um nível superior ao atual. Refiro-me aos praticantes de Yôga, que há mais de 5 mil anos praticam essa purificação. Kriyá é o seu nome em sânscrito, que traduzido à letra significa atividade. Os principais são seis, ao seu conjunto dá-se o nome de shat karma, são eles:


kapálabhati - limpeza dos pulmões e do cérebro;

trátaka - limpeza dos glóbulos oculares e treino para melhoria da visão;

nauli - limpeza dos orgãos abdominais e intestinos, por massagem;

nêti - limpeza das narinas e do seio maxilar com água;

dhauti - limpeza do esófago e do estômago;

basti - limpeza do reto e do cólon com água.


Na aula ortodoxa de SwáSthya Yôga, o kriyá ocupa a quinta das oito partes e nela ensinam-se os kriyás secos: kapálabhati; trátaka; nauli.


Os kriyás devem ser ensinados por um profissional, pois não são isentos de riscos quando praticados por alguém que desconhece os seus princípios.


Num post posterior abordarei a purificação de forma mais lata, onde a "limpeza" não se fica só pelo corpo físico, mas muito pelo corpo energético, emocional e mental.


«Kriyá


Tornar-se puro, por fora e por dentro, puro de corpo, emoção e mente.

Cultivar a limpeza de

coração e a limpeza do ambiente à sua volta.

A higiene alimentar, ingerindo alimentos limpos. Limpos de dor e de sangue,

limpos de aditivos e de substâncias nocivas.

A higiene mental, gerando pensamentos

positivos, construindo os alicerces mentais de boas obras e úteis ideais.

A higiene emocional, sublimando emoções pesadas, atenuando o ego, tornando-as sentimentos leves e limpos.

Tudo isso é bhúta shuddhi, do qual os kriyás constituem a contraparte técnica.

Prática de higiene, limpeza e purificação.

Isso é kriyá!»

(Mestre DeRose)


Post escrito com base no livro Tratado de Yôga, Mestre DeRose, ed. Afrontamento. Outra bibliografia:

Yôga Sútra de Pátañjali, Mestre DeRose, Afrontamento.

Kriyá Yôga, Srí Swámi Shívananda, ed. Kier.

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